Tédio! Uma rua parada, quase sem movimento, o único sinal de vida é o som de um violão desafinado tocando notas ruins.
Olho no parque, e vejo em meu sobrinho o que já fui um dia, uma criança energética, brincando, deixando o tempo passar, sem nem perceber o dia, que passa rápido, e que nem poderia saber que passaria tão rápido. Hoje vejo o tempo que não tenho mais, tempo que passou em um piscar de olhos, e penso naqueles que tem menos ainda e que o tempo que passaremos juntos será muito curto, tempo que será desagradável, pois me tornei algo ruim para ela.
Paro um momento no meio do cotidiano, vejo no céu, um sol ofuscado por algumas nuvens cinzentas, minha vontade é de deitar, ver as nuvens correrem, deixar o tempo escorrer das minhas mãos, apenas aproveitando o meu tempo da maneira que mais gosto, tempo que quase não tenho mais, tempo que gostaria de aproveitar mais.
Volto em mim, e encaro a realidade que é obvia uma realidade que tento evitar, que é uma criança deixando de existir e dando mais espaço para um adulto que vira,o eu que tento evitar, e minha criança interior implora para que nem que seja apenas um pingo, um único pingo de chuva caia daquela nuvem cinzenta sobre mim, fazendo me pensar que em algum lugar ainda há vida de verdade que pessoas são felizes.
" A transição da criança, do jovem para o mundo adulto, o tempo que agora corre mais rápido do que na infância, do tempo que tinha há perder para o tempo que não tem mais há perder. "
" A transição da criança, do jovem para o mundo adulto, o tempo que agora corre mais rápido do que na infância, do tempo que tinha há perder para o tempo que não tem mais há perder. "
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